A indisciplina é conceituada por
SILVA (2010) como qualquer ação que não está de acordo com as regras impostas
ou criadas pela coletividade. O sujeito que executa a indisciplina pode ou não
ter consciência da transgressão da(s) lei(s).
Ainda de acordo com SILVA, há um
dado que merece ser refletido: pesquisas recentes indicam que, na maioria dos
casos, o aluno indisciplinado é justamente aquele que possui maior
inteligência, curiosidade e esperteza. Desse modo, parece contraditório esses mesmos
alunos serem encaminhados pelos seus respectivos professores a psicólogos,
tratamentos neurológicos e tantos outros cuidados médicos.
E o mais preocupante, parece que há
um aumento cada vez maior de diagnósticos desse tipo e de uma quase generalização
de que toda criança indisciplinada é hiperativa. Nem sempre a indisciplina está
diretamente associada a patologias. E para um maior aprofundamento nesse tema,
indicamos a leitura do artigo “Fracasso escolar e a patologização da
alfabetização” que questiona exatamente esse crescimento no número de
diagnósticos de doenças nas crianças ou se são apenas esquecidas pelo
alfabetizador...
Noutro caminho, mas em continuação
à nossa proposta inicial, toda ação de indisciplina sempre envolve uma ação
violenta “pois, ao agir de maneira indisciplinada, sempre se estará violentando
algo, seja ele legítimo ou não. Entretanto, nem toda ação violenta pode ser
compreendida como de indisciplina”. (SILVA, 2010, p.61).
Assim, ainda de acordo com o
referido autor, podemos concluir que:
·
A indisciplina é sempre indisciplina, seja ela uma
transgressão às regras impostas ou elaboradas pela coletividade;
·
Nem sempre o ato violento é indisciplina;
·
Em alguns casos, a indisciplina é ética, como
por exemplo, quando um comandante manda um militar matar pessoas, o soldado
está cometendo uma atitude ética, apesar de imoral;
·
A violência é antiética mesmo quando é moral.
São apresentadas algumas soluções
para tratar esse problema, todavia, evidentemente, não é nenhum método rápido e
fácil, mas sim desafiador e sugestivo aos educadores. Essas dicas serão
disponibilizadas nos próximos textos, fiquem de olho!
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